Ação Judicial: Big Techs São Processadas por “Viciar” Crianças em Redes Sociais

As gigantes da tecnologia, conhecidas como Big Techs, enfrentam uma nova batalha legal nos Estados Unidos, à medida que centenas de famílias acusam as redes sociais de expor conscientemente crianças a conteúdos e produtos considerados prejudiciais.

Esse processo, uma das maiores ações já registradas no Vale do Silício, coloca empresas como TikTok, Google, Snap Inc. (dona do Snapchat) e Meta (proprietária de Facebook e Instagram) no centro das atenções.

A ação judicial ganha força com um caso emblemático que envolve a adolescente britânica Molly Russell, de apenas 14 anos.

Residente no noroeste de Londres, Molly tirou a própria vida após ser exposta a conteúdos com tom negativo e depressivo no Instagram.

A investigação subsequente concluiu que ela faleceu “sofrendo de depressão e dos efeitos negativos do conteúdo online.”

O nome de Molly Russell é mencionado repetidamente no processo movido por centenas de famílias nos Estados Unidos.

A Resposta das Redes Sociais às Acusações

Na última semana, as famílias envolvidas na ação comemoraram uma decisão da justiça.

A juíza federal determinou que as empresas não poderiam usar a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que protege a liberdade de expressão, como justificativa para bloquear a ação judicial.

Além disso, a juíza considerou que a Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, que declara que as plataformas não são editoras, não concede proteção total às empresas.

A decisão da juíza Gonzalez Rogers destaca que questões como a falta de verificação robusta da idade dos usuários e os fracos controles parentais, citados pelas famílias, não se enquadram na esfera da liberdade de expressão.

As empresas, por sua vez, contestam as acusações, enfatizando seus esforços para proporcionar experiências online seguras e de apoio aos adolescentes.

Posicionamento da Meta e Google

A Meta, empresa-mãe do Facebook e Instagram, publicou uma declaração destacando seu compromisso com a criação de experiências online seguras. Alegam estar focados em implementar medidas que apoiem e protejam os adolescentes em suas plataformas.

Da mesma forma, o Google afirmou atuar na mesma direção, buscando constantemente melhorar a segurança online para os usuários mais jovens.

Desafios Éticos no Mundo Digital

O embate legal entre as famílias e as Big Techs ressalta os desafios éticos enfrentados no cenário digital.

À medida que a tecnologia desempenha um papel cada vez mais central na vida cotidiana, a proteção dos usuários mais jovens contra conteúdos prejudiciais torna-se uma prioridade crucial.

Este processo, carregado de implicações significativas, destaca a necessidade contínua de reavaliar as práticas e responsabilidades das plataformas digitais no cuidado com seu público mais vulnerável.